O livro – “Vestígio deixado: Calços de lápides dos túmulos de frades da Companhia de Jesus de Shanghai na Conservatória de Arquivos da Companhia de Jesus da França”, compilado em cooperação conjunta do Centro de Estudos de Macau da Universidade Jinan, da Fundação Macau e do Instituto da História da Academia das Ciências Sociais de Shanghai, já se encontra publicado. O referido livro, cuja publicação é de valor muito significativo no âmbito dos estudos de Macau e como recurso de investigação, retrata, em si, um calço da lápide do “Ministro Choi Man Teng – Bian Xue Zhang Shu” e 169 calços de lápides de túmulos de um Cemitério Sagrado de Shanghai, os quais se encontram depositados na Conservatória de Arquivos da Companhia de Jesus da França.
Os mencionados calços foram encontrados no Cemitério (sagrado) da Companhia de Jesus de Namman, em Shanghai, lugar que, sendo cemitério da Nova Companhia de Jesus em Shanghai nos finais da Dinastia Qing, registou as reais actividades de divulgação da religião professada pelos missionários cristãos na zona de Jiannan, e testemunho, também, do intercâmbio cultural entre o ocidente e o oriente durante a mencionada época. O cemitério, construído por um frade italiano durante o período que decorreu entre o fim da Dinastia Ming e o início da Dinastia Qing, passou por várias vicissitudes, mas teve grande prosperidade na era de Ming Guo, em finais da Dinastia Qing, foi usado para que muitos missionários de diferentes ordens religiosas fossem lá enterrados. Durante as décadas de sessenta e setenta do século XX, os túmulos foram destruídos. Mas, e felizmente, a Conservatória de Arquivos da Companhia de Jesus da França guardou os calços, o que possibilita que se dê a conhecer à população os frades que tiveram uma curta passagem pela China ou uma presença menos significativa nos estudos da história.
O livro, que foi compilado e editado por Ye Nong, Director do Centro de Estudos de Macau da Universidade Jinan e por Shao Jian, investigador do Instituto da História da Academia das Ciências Sociais de Shanghai, para além de apresentar imagens de 170 calços de lápides, contém o registo, fiel e minucioso, dos dados dos frades, como: nome próprio, nome de batismo, nome romanizado, ano de nascimento e ano de falecimento, e nacionalidade dos frades estrangeiros, assim como a data em que aderiu à ordem religiosa, a data em que chegou à China, o nome do construtor e data de construção do túmulo, entre outras informações. Para além da publicação, algumas imagens estão acompanhadas também da descrição das zonas em que estes frades exerceram a sua actividade, conteúdo e características da mesma, elogios e comentários, na integra. Neste sentido, a compilação dos dados e a edição do livro podem servir para complementar o que está em falta, integrar lacunas e acabar com rumores no âmbito de estudos da história, assim como, em simultâneo, confirmar dados históricos relacionados com o registo de actividades da religião cristã na época recente agregando grande valor no âmbito de complementaridade aos estudos de Macau, no contexto que Macau desempenha como ponte de intercâmbio cultural entre o ocidente e o oriente e a introdução da religião católica na China.
O livro – “Vestígio deixado: Calços de lápides dos túmulos de frades da Companhia de Jesus de Shanghai na Conservatória de Arquivos da Companhia de Jesus da França” – está disponível nas livrarias de Macau, ao preço unitário de MOP$180.
Capa do livro – “Vestígio deixado: Calços de lápides dos túmulos de frades da Companhia de Jesus de Shanghai na Conservatória de Arquivos da Companhia de Jesus da França”