Teve lugar nos passados dias 3 e 4 de Setembro, no Hotel Xinhuayuan em Zhuhai, o Seminário de Compilação das “Dez Colectâneas da Arte e Literatura – Volume de Macau”, organizado pelo Centro para o Desenvolvimento da Arte e Literatura Étnica e Popular do Ministério da Cultura da China e a Fundação Macau. Estiveram presentes Wu Zhiliang, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, Li Song, Coordenador do Centro para o Desenvolvimento da Arte e Literatura Étnica e Popular, Wang Lei, Chefe-Adjunto da Divisão de Ciência Social do Departamento de Ciência e Tecnologia para a Cultura, ambos do Ministério da Cultura da China, Wong Man Fai, Chefe da Divisão de Estudos, Investigação e Publicações do Instituto Cultural, Substituto, e mais de 50 especialistas e académicos do sector artístico-cultural do Interior da China, de Hong Kong e de Macau.
No discurso na cerimónia inaugural do seminário realizada na manhã do dia 3 de Setembro, Li Song, Coordenador do Centro para o Desenvolvimento da Arte e Literatura Étnica e Popular do Ministério da Cultura da China, destaca que a compilação das “Dez Colectâneas da Arte e Literatura” é um ambicioso projecto para o desenvolvimento do sistema cultural, e foi sucessivamente promovida pelo Ministério da Cultura da China, juntamente com a Comissão para os Assuntos Étnicos da RPC e a Federação da Arte e Literatura da China, entre outras instituições artístico-culturais, no final dos anos 70 e início dos anos 80 do século XX. Cada província, região autónoma, ou município conta com dez volumes. Até Outubro de 2009, foram publicadas integralmente as “Dez Colectâneas da Arte e Literatura Étnica e Popular da China”, faltando no momento os volumes de Hong Kong, de Macau e de Taiwan. Nos últimos anos, o Ministério da Cultura da China tem vindo a estabelecer uma comunicação estreita com Hong Kong e Macau para iniciarem a compilação dos próprios volumes. Quanto ao volume de Macau, conforme o acordo entre o Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau, o Centro para o Desenvolvimento da Arte e Literatura Étnica e Popular, ambos do Ministério da Cultura da China, o Instituto Cultural e a Fundação Macau, cabe à esta última efectuar a sua compilação. O presente seminário visa dar oportunidade para os especialistas e académicos trocarem opiniões sobre os trabalhos concretos relativos à compilação do “Volume de Macau”.
Por seu lado, Wu Zhiliang, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Macau, diz que a compilação do “Volume de Macau” é um projecto relevante para o desenvolvimento cultural tanto da Pátria como de Macau, pelo que se honra de ser parte actuante neste projecto. Mesmo que, nos últimos anos, com os esforços conjuntos dos académcios de Macau e do Interior da China e o apoio da Fundação Macau, tenham sido publicados avultosos resultados de estudos, se comparar com o desenvolvimento económico e social, o cultural do território fica muito atrás, uma vez que as bases culturais ainda não estão desenvolvidas globalmente. O arranque da compilação do “Volume de Macau” dará o primeiro passo para a recolha organizada e global dos recursos culturais do território, assumindo um papel muito relevante na promoção do desenvolvimento cultural de Macau.
A seguir, aos participantes do seminário foram apresentados os trabalhos fundamentais realizados pela Fundação Macau nos últimos 20 anos no âmbito da recolha e organização dos materiais históricos e culturais do território. Servem de exemplos as edições e publicações sucessivas do “Panorama de Macau”, a “Enciclopédia de Macau”, a “Enciclopédia da Cultura Lingnan”, a “História da Dinastia Qing – Tomo de Macau”, o “Panorama Geral da Cultura Territorial da China – Tomo de Macau”, bem como a “Colecção de Macau”, a “Colecção dos Conhecimentos de Macau”, a “Colecção dos Estudos de Macau” e a “Colectânea dos Artistias de Macau”, publicadas em cooperação com a Editora da População de Guangdong, a Joint Publishing (H.K.), a Editora da Documentação das Ciências Sociais da China e a Academia Nacional da Arte da China, respectivamente. São todos produtos resultantes da cooperação entre o Interior da China e Macau no âmbito cultural, criando bases para a compilação do “Volume de Macau” no futuro próximo.
Acrescentando, Wu Zhiliang, diz esperar que o presente seminário não seja só um simples seminário formal, mas também uma chamada global. Está convicto de que a compilação do “Volume de Macau” vai ser bem sucedida com a participação activa dos especialistas e académicos do território, a colaboração do Instituto Cultural de Macau e o apoio dos especialistas e académicos do Interior da China.
Após os discursos de Wong Man Fai, representante do Instituto Cultural de Macau, e Wang Lei, Chefe-Adjunto da Divisão de Ciência Social do Departamento de Ciência e Tecnologia para a Cultura do Ministério da Cultura da China, apresentaram-se um vídeo curto sobre as “Dez Colectâneas da Arte e Literatura”, o processo da compilação no Interior da China e as suas influênicas, bem como os conteúdos do concurso público do “Volume de Macau”.
Ouvida a apresentação global e organizada sobre as “Dez Colectâneas da Arte e Literatura”, os especialistas e académicos dividiram-se em três grupos específicos – o da Arte Popular, o da Música e Dança, e o da Ópera Chinesa – para aprofundar as discussões e trocar opiniões para aperfeiçoar a compilação do “Volume de Macau”.
Os especialistas e académicos frisam que, para a compilação do “Volume de Macau”, o primeiro passo é criar uma equipe estável e definir bem a posição de Macau no âmbito cultural, uma vez que Macau é um ponto de encontro entre o Ocidente e a China, com características específicas e destacáveis. Alguns especialistas propõem incentivar os estudantes a aproveitarem as férias para realizar inquéritos sociais sobre a arte popular, participando desde modo no projecto. Surgem ainda opiniões no sentido de convidar mais especialistas que dominam bem a língua cantonense a tomarem parte no projecto.
Relativamente à forma da compilação, os participantes chegaram a acordo no sentido de recorrer-se ao concurso público, convidando os especialistas e académicos das entidades de estudos com capacidade na compilação a apresentarem as respectivas propostas. Já quanto à selecção do pessoal, em princípio, os candidatos devem ser especialistas ou académicos das entidades de estudos do território, aliás, também podem ser especialistas ou académicos das províncias ou regiões vizinhas de Macau, que obtêm vultosos resultados nos estudos sobre a cultura popular de Macau. Os académicos do Interior da China devem tentar candidatar-se juntamente com os académicos do território ou personalidades de reconhecido mérito nesta área.
No tocante à estrutura do “Volume de Macau”, os participantes do seminário indicam que devem ser recolhidos e organizados globalmente os recursos da arte e literatura popular da RAEM, salvaguardando a arte e cultura tradicional do território. No momento, pretende-se que o “Volume de Macau” conte com 10 livros, cujos conteúdos devem ser certos e pormenorizados, destacando as características próprias de Macau.
No final do seminário, Li Song afirma que os participantes procederam à troca de opiniões dinâmica, com atitude pragmática, resolvendo as dúvidas relativas à compilação. Acrescentando, a compilação das “Dez Colectâneas da Arte e Literatura” é uma obra nacional e não individual, pelo que muitos especialistas e académicos do sector artístico-cultural dedicaram cerca de 30 anos de vida a este projecto, desenvolvendo o espírito de dedicação e de equipe. Destaca-se ainda que a cultura popular de Macau se reveste de caractéristicas distinguidas. Está convicto de que a compilação do “Volume de Macau” vá ser bem sucedida com os esforços conjuntos de especialistas e académicos de todo o lado e a participação de todos os sectores sociais.
Até agora, estão concluídos 298 volumes de província, região autónoma ou município da China, 400 livros no total, contando com 450 milhões de caracteres chineses. Desde modo, apresentam-se globalmente as características e informações sobre as óperas étnicas chinesas, música, dança e literatura popular de todo o lado da Pátria. É uma iniciativa relevante na história cultural da China.